segunda-feira, 30 de maio de 2016

Tipo um diário

Está sendo realmente difícil pôr as ideias em ordem. Pôr elas no papel.
Eu tenho evitado tanto pensar, tanto... Mas nesse ato de evitar a mim mesma, o que mais anda acontecendo é a perda de ideias maravilhosas, textos maravilhosos que eu poderia ter escrito.
Anos de perdas deles.
Me sinto mal, mas é como se não conseguisse lutar contra mim. É como se parte de mim fosse minha inimiga, e a outra parte não tivesse força suficiente para acabar com essa parte inimiga.

A luta não acabou.
Ela é diária, é intensa, é constante.
É solitária.
Eu sou solitária.
Antes, achava que por querer.
Agora, acho que por não ter.
Não ter ninguém disposto a ouvir, a acolher, a se importar.
E caso se importasse também, nem sei.
Não sei lidar quando as pessoas gostam mesmo de mim.

Passado de fúria.
Nossa, que desordem esse texto!
É tanta coisa reprimida por tanto tempo... E eu ainda nem estou disposta a soltar, sinto isso.
Sinto também, muitíssimo. Por mim.
Queria me ajudar.

Tantas pessoas me inspirando sem nem ao menos saber.
Queria ser como vocês.
Eu tento, ó.
Tento pouquinho, mas tento.
Mas não consigo.
Fica aqui minha gratidão pela gratidão de vocês.
Acho incrível.
Acho bárbaro.
Toda minha admiração vocês tem.
E parabéns pela leveza que levam a vida.
Um dia quero ser como vocês.

Acho que está bom.
Tenho medo de cavucar mais fundo de mim e me desmanchar.
Assim, deixo esse blog com esse breve resumo da parte mais superficial de mim.
Por enquanto, temo ir mais fundo.
Quem sabe um dia o meu Eu Obscuro não dê as caras novamente.
Queria muito, porém estou cansada e extasiada de promessas que não tenho como cumprir,
Que não tenho a capacidade.

A palavra de hoje é gratidão, que eu não tenho mas gostaria de ter.



terça-feira, 2 de abril de 2013

Emergente

Sinto a raiva escorrer pelos meus dedos enquanto escrevo desesperadamente, à procura.
A procura de entender o por quê.
A procura de compreender o porquê não entender.

Imediatamente a raiva reduz, deixando claro o real motivo para isso tudo.
Não me julgues.
Não me tentes.
Não em vão.

Se for julgar, que tenha razões para tal.
Se for tentar, que tenha pulso para ir até o final.
Se for me amar, desespere-se.
Faça-o logo.
Faça-o imediatamente.
Agora.
Já.
Nesse segundo.

Estou emergente.
Necessitando.
Querendo, pedindo, implorando.
Quero que cale meus dedos agora com um fiel beijo apaixonado.
Quero que sumas com o passado imediatamente.
Quero que desejes tirar minhas vestimentas.
Banhar-me num rio de suor.
Nosso suor.

Pra que esperar o tempo passar?
Sou apenas uma menina que escreve para se calar
E ao mesmo tempo
Para liberar
A voz
A voz que existe por dentro
Que as vezes eu lamento possuir.

Não fiques triste.
Nosso amor tem limites
Porém iremos fingir que não
Pelo menos essa noite
Não é tão melhor crer em algo sem final?

Agradai-me
Desejai-me
Perdoai-me
Não sou santa
Não sei conjugar os verbos corretamente
Desconheço a arte de utilizar a mesma pessoa num texto
Porém amai-me
Amai-me e desejai-me
Ainda mais
Sem discussão.
Sem mais.
Ou porém.
Só venha até mim;
E, talvez,
Talvez eu lhe explique o porquê.
De tantos pontos finais.

sábado, 27 de outubro de 2012

Dom do alívio pelos dedos.

Com a velocidade que escrevo, um nó no meu coração se desfaz. Nostalgia. É essa a palavra que descreve o que sinto. Ás vezes nos portamos bem o dia inteiro, e no fim, descobrimos uma nostalgia grande. Que por sinal, parece estar sendo acumulada a meses... Quando me sinto assim, quero escrever.
Cada letra, cada conclusão, cada movimento da minha mão me alivia  É como se eu dissesse tudo que sinto, coisas que eu sei que dizendo não conseguiria. É como se eu tivesse o dom do alívio pelos dedos, como se eu trocasse a fala pela escrita. A escrita me alivia, me acalma, me trás uma espécie de manta que me cobre ao dormir, com gostinho de dever cumprido, de paz, de conforto.
A escrita é como uma doutrina, uma religião, um time. Eu aposto nela com todas as minhas forças. Eu acredito veemente que ela poderia mudar o mundo, desde que utilizada da forma correta, por pessoas certas.
Não é qualquer um que tem o dom de escrever. Isso não é algo que vem com o tempo: tem gente com mil experiências que não consegue expor as mesmas numa folha de papel, porém tem muita gente sem vivência que consegue emocionar com poucas palavras. Isso também não é algo que se possa aprender numa faculdade ou curso preparatório: está ou não está dentro de você.
Por isso, quando se tem esse dom, deve-se explorá-lo o máximo que puder mesmo, sem medo do que vão dizer ou pensar, a partir do momento que você descobrir esse dom dentro de você sua dedicação tem de ser inteiramente em poder transmitir, através de suas palavras, o mesmo conforto e a mesma paz que você sente ao escrever.
Contudo, concluirei esse texto com o desejo de que mais e mais pessoas possam, por meio dos textos, mudar a vida de muitos. E também com o desejo de que as palavras nunca percam o significado, independente de em que década estejamos, ou o quão atualizados consigamos ficar. A palavra tem poder.
Espero que a sua seja usada para o lado do bem.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Ruínas.

Você sente que o mundo está te sufocando. Você quer gritar, porém as palavras simplesmente não saem. Você quer correr, mas de repente percebe que não tem mais por onde andar, visto que o chão debaixo de seus pés estão se desfazendo... Se desfazendo... Se desfaz... Se de.... Se deixasse... Se eles deixassem... Você mostraria que talvez, talvez você conseguisse voar. Talvez... Apenas talvez... Talvez uma força dentro de você fosse descoberta.... Mas não é assim.
Enquanto o chão se desfaz por baixo de seus pés, você se ajoelha e pede perdão pela sua vida cheia de pecados. Percebe que não, você não irá voar. Porque a vida não é assim. As coisas não são fáceis. Você tem que sofrer antes. Você tem que se humilhar diante de Deus, para que ele lhe perdoe por todos os malditos pecados cometidos. Por todos os pecados que você achou que estaria ileso quando chegasse a hora.
Mas lá estava você, cara a cara com a morte, temendo tudo que aconteceria. Você acreditou que Deus existisse ali. Não foi fruto de uma fé inabalável construída ao longo de sua vida, e sim fruto de derrota, fruto de desespero. Seu suor entrega seu estado físico: você está em ruínas.
É difícil pensar que naquela hora você iria contra todos os conceitos adquiridos, todos os conceitos que você confiava serem tão reais. Você simplesmente estava lá.
O chão se desfaz pouco a pouco e cada vez se aproxima mais de seus pés. Os nós na sua garganta são inexplicavelmente desfeitos. Mas, mesmo assim, você não tem vontade de gritar. Você se vê sem forças. Acabado. Destruído. E quando você desiste e simplesmente deita naquele chão que se desfazia diante de seus olhos, tudo se escurece. Você suspira, achando que a morte seria mais dolorosa, até perceber que você está sendo carregado no colo por alguém.
Você abre os olhos, assustado, e se dá de cara com sua cama, com seu quarto, e a luz de um relógio digital vermelho. E aí todo o desespero dos seus sonhos se tornam reais, só que de uma forma mais lenta e totalmente submersa à um monte de falsidade, corrupção, egoísmo e descrença.
O chão continua se desfazendo sob seus pés, só que de uma forma diferente. É como se todo o seu pesadelo permanecesse ali, só que maquiado por uma vida que somos obrigados à seguir. Mas, mesmo assim, mesmo sabendo qual seria o fim disso tudo, você levanta da sua cama e vai tomar um copo de água com açúcar, tentando fazer a si mesmo acreditar que foi só um sonho e que tudo voltará ao normal assim que o dia clarear.
Mas as ruínas continuarão ali. Só vê quem quer ver. Você não quer.

sábado, 29 de setembro de 2012

Ciclo e sua finalização.

Quando você acha que tem respostas, as situações te mostram que você nunca as teve. Ás vezes, eu queria arriscar. Queria largar uma coisa certa pela incerta. Queria conhecer o improvável, provar do talvez. Queria poder sofrer depois por algo que foi minha culpa, por algo que foi minha escolha. Queria poder me criticar por ter sido tão burra. Queria poder refazer a vida, aos poucos, sofrendo e refazendo, buscando inspirações, conhecendo novas pessoas, novas regiões...
Não é instinto suicida. É instinto de vida. Pra mim, viver é isso: é sofrer e gostar. É sofrer e se acostumar. É não ligar. É dar aquela lamentada trivial, porém na verdade, relevar. Eu acho que é a partir daí que você aprende a viver, viver de verdade. 
Que outra forma se explica esse "vai e vem" da vida então? Se você está feliz, sabe que a tristeza está por vir, e isso não te deixa em paz. Já se está triste, sabe que logo a felicidade virá e acabará com tudo. O que essa montanha russa chamada de vida quer conosco, afinal? Nos confundir? 

As pessoas passam tanto tempo de sua vida tentando realmente encontrar o sentido da vida, mas e se eu dissesse que não há sentido? 
Há uma forte chance de eu estar errada. Há uma forte chance de amanhã eu não pensar mais nessa possibilidade. De eu acordar e nem ligar pro que é a vida. Mas agora, nesse momento, essa é a minha concepção do que é viver.

A verdade é que vivemos para que, daqui a alguns anos, possamos nos lamentar por não ter feito a coisa certa. A verdade é que vivemos para que, quando chegue a hora da morte, vejamos que na verdade a vida não é nada. A morte é tudo. A morte é o início da vida.